O sinal
de Romaña, muito conhecido de todos, tem sua gênese na forma aguda da
Doença de Chagas que apresenta-se, via de regra, oligossintomática
especialmente em áreas endêmicas onde a grande maioria dos casos passa desapercebidamente por médicos e pacientes, apenas com febre inespecífica.
Crianças, especialmente abaixo dos 2 anos de idade, apresentam sintomatologia
mais rica, com comprometimento do estado geral entre outros sintomas. Nos casos
de transmissão vetorial, podem aparecer sinais de porta de entrada ou chagomas de inoculação, sendo o complexo oftalmo-ganglionar ou "sinal de Romaña" o mais balado deles. Trata-se de edema bipalpebral unilateral com adenopatia satélite
pré-auricular que corresponde a reação imunológica do hospedeiro à penetração
do Tripanossoma na conjuntiva e
adjacências. Embora altamente chamativo, este sinal é muito raro já que está
presente em menos de 10% dos poucos casos de Doença de Chagas aguda relatos.
O complexo oftalmo-ganglionar ganhou seu
epônimo em homenagem a Cecilio Romaña, pesquisador argentino que foi o primeiro
a descrevê-lo. O diagnóstico diferencial deve ser realizado com as seguintes
afecções: Miíase, conjuntivite bacteriana, reação local a picada de insetos
(inclusive barbeiro), traumatismos e celulite orbitária. Outros chagomas de
inoculação podem aparecer em praticamente qualquer parte do corpo, sendo comum
a presença de micro poli-adenopatia. O quadro geralmente tem resolução
espontânea em semanas.
Este sinal está bem demonstrado na FIGURA 2.
Celulite Orbitária e Celulite Periorbitária:
Celulite orbitária e periorbitária diferem
entre sí em localização anatômica e quadro clínico.
A celulite periorbitária é
também chamada de celulite pré-septal, pois está contida entre a pele palpebral
e o septo orbitário, que promove uma efetiva barreira contra infecções oculares.
O tecido periorbitário pode ser infectado por traumas (incluindo picadas de
insetos) sendo o agente mais comum o S. aureus;
infecções locais (dacriocistite/blefarite); ou infecções respiratórias e bacteremia
por H. influenza tipo B. O quadro é
de edema de rápida evolução ao redor dos olhos e eritema local, febre e
leucocitose podem estar presentes, mas a visão está totalmente inalterada, não
há proptose nem dor à movimentação ocular, ou seja: a celulite periorbitaria não
afeta nenhuma função ocular, sendo esta a principal diferença clínica, já que a
celulite orbitária pode rapidamente causar cegueira. A celulite pré-septal será
tratada com antibióticoterapia oral ou venosa, com recomendação de internamento
hospitalar devido ao risco de sepse. Complicação clássica da celulite pré-septal é justamente tornar-se uma celulite orbitária, causando perda visual ou todas as consequências desse quadro.Seguem imagens compatíveis com quadros de celulite pré-septal:
A celulite orbitária é pós-septal com
envolvimento da órbita. Excluindo casos de trauma penetrante, ocorre como
complicação de sinusite em 90% dos casos, pois a órbita encontra-se em contato muito
próximo aos seios paranasais frontal, etmoidal e maxilar. Na celulite
periorbital pós traumática, os agentes mais freqüentes são o S. aureus e o S. pyogenes. Naquelas resultantes de bacteremia, predomina a
infecção pelo pneumococo. O exame físico demonstra proptose junto a edema
periorbitário, quemose (edema da conjuntiva bulbar), oftalmoplegia ou restrição
à motricidade ocular e dor à tentativa de mobilização, além de queixa de
diminuição de acuidade visual. O edema palpebral pode ser tão exuberante a
ponto de impossibilitar a visualização do olho acometido. O aumento da pressão
na cavidade orbitária pode levar a rápida deterioração do nervo óptico,
causando amaurose total no olho acometido. Pode ocorrer trombose do seio
cavernoso, com cefaleia importante, náuseas, vômitos e toxemia. Exames
complementares incluem raio-x de seios da face e Tomografia de crânio. O
tratamento requer antibioticoterapia venosa e drenagem cirúrgica de sinusite ou
abcesso orbitário. As complicações da
celulite orbitária incluem doença corneana, retinite, uveíte, neuropatia
óptica, endolftalmite e ruptura de globo ocular.
A celulite orbitária está bem ilustrada nas FIGURAS 1 e 3
Após esclarecimento sobre cada um dos diagnósticos, podemos considerar os sinais de flogose e acometimento ocular como principais fatores diferenciais entre os 3 quadros descritos, além da história clinica e evolução.
A escolha do tema foi motivada pela questão 13 da prova da USP de 2013.
Para maiores informações considerar leitura das fontes utilizadas ou outras referências.
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Fontes e Referências:
#HenryJekill
Boa HenryJekill!!!! sabatina sobre o tema no domingo! RaceHORSE
ResponderExcluirRaceHORSE: fui sucinto para me ater ao que interessa. obrigado. Estamos agora aguardando o caso clinico do mestre Wizahrd. Pelas imagens parece interessante. HenryJekill
ResponderExcluirHarrah's New Orleans Hotel and Casino - Mapyro
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